A mídia patética brasileira já não finge mais, escolheu lados, vestiu camisas e jogou no lixo qualquer resquício de pudor jornalístico. De um lado, o Petismo, do outro, o Bolsonarismo. No meio, a verdade — esmagada e ignorada.
No campo Bolsonarista, a imprensa militante atua como um departamento informal de defesa do ex-presidente. Erros viram “estilo”, ataques às instituições são tratados como “opinião firme” e fatos inconvenientes simplesmente deixam de existir.
Já a mídia alinhada ao Petismo segue o mesmo roteiro, apenas com figurino diferente. Lula é eternamente o estadista injustiçado, o governo nunca erra — apenas “enfrenta dificuldades herdadas”. Escândalos viram notas de rodapé, críticas são carimbadas como “golpismo” e qualquer questionamento mais incisivo passa a ser tratado como ameaça à democracia.
Ambos os lados se acusam de fake news, enquanto produzem as suas com disciplina industrial. Trocam fatos por adjetivos, dados por narrativas e jornalismo por torcida organizada. Informar é detalhe; o objetivo real é manter o rebanho fiel, indignado e permanentemente engajado.
Essa mídia não vive de credibilidade, vive de algoritmo. Não presta contas ao leitor, mas à bolha. Não fiscaliza o poder — apenas alterna o político que defende com unhas, dentes e manchetes enviesadas.
No fim das contas, bolsonarismo e lulismo disputam o controle do microfone, mas falam a mesma língua: a da manipulação rasteira. A mídia barata não quer um país informado; quer um país dividido, barulhento e eternamente em guerra — porque é desse caos que ela lucra.
Entre gritos, slogans e manchetes fabricadas, a democracia vira figurante e o jornalismo, uma piada mal contada. E, enquanto isso, a mídia patética segue firme, vendendo militância como notícia e propaganda como informação.

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